A Tinta Barroca é uma das variedades de uva mais cultivadas em Portugal, tendo um destaque muito grande como uva de corte. Vamos conhecer mais sobre ela neste artigo.

 

Por vezes, achamos que nunca experimentamos algo, mas nos enganamos, pois nós consumimos em combinação com outras coisas sem perceber. Isto é particularmente verdadeiro no caso da uva Tinta Barroca.

 

Ainda que seja possível encontrá-la em vinhos varietais, o grande uso e destaque da Tinta Barroca está nas misturas.

 

É uma das uvas que entra na composição do Vinho do Porto, concedendo-lhe complexidade.

 

Assim sendo, vamos então entender mais sobre essa incrível uva portuguesa!

 

 

 

Regiões Produtoras

 

 

A Tinta Barroca cresce principalmente no Douro, em Portugal. É uma das uvas mais cultivadas na região.

 

Uma coisa curiosa sobre esta uva é que ela pode suporta climas frios, especialmente quando plantadas em encostas viradas para o norte.

 

Mas outra região onde a Tinta Barroca se desenvolveu muito bem é a África do Sul.

 

Ela foi trazida de Portugal na década de 1920 e, inicialmente foi confundida com a uva Shiraz.

 

Mas, depois de percebido o erro, começou-se a usar a variedade para a produção de vinhos de classe mundial – especialmente no melhor estilo do Porto.

 

Nos últimos anos, no entanto, os produtores sul-africanos intensificaram a produção de outros tipos de vinhos com a Tinta Barroca, tanto blends quanto varietais.

 

A saber, a África do Sul tem uma longa história de produção de vinhos ao estilo do Porto. Contudo, ela não tem permissão para usar a expressão Porto desde 2002, depois de assinar um acordo comercial agrícola com a União Europeia.

 

Desde então, os vinhos sul-africanos no estilo Porto foram engarrafados sob o prefixo Cape, seguido pelo estilo apropriado – isso também ajudou muito no investimento em vinhos varietais da uva Tinta Barroca.

 

 

 

Características da Uva Tinta Barroca

 

 

Uma das mais proeminentes particularidades é que a uva possui altos níveis de açúcar – o que explica porque ela funciona tão bem em vinhos fortificados e envelhecidos. Além disso, é também uma uva considerada com boa produtividade.

 

No entanto, a casta tende a ser afetada pelo míldio e ,igualmente, sofre com o calor e desidratação.

 

A Tinta Barroca possui bagas de tamanho mais para médio e destaca-se por essas serem bem soltas.

 

Por ter bastante rendimento, ela é certamente uma uva muito querida pelos produtores, sendo a 3ª mais plantada no Douro, inclusive, tendo ocupação de mais de 11% nas videiras da região.

 

Apesar da alta produtividade, uma característica infeliz das bagas de Tinta Barroca é a tendência a murchar durante os climas mais quentes.

 

Para mitigar isso, os produtores plantam as videiras, frequentemente, nas encostas mais frias e altas do vale e nas encostas voltadas para o norte, onde são protegidas do intenso sol da tarde.

 

 

 

Varietais Sem Muita Repercussão

 

 

Embora a Tinta Barroca brilhe como uva de corte, os vinhos varietais dela não possuem um destaque espetacular. Seu maior valor surge realmente quando é misturada com outras.

 

Os principais varietais desta uva são produzidos na África do Sul. Intensa e também com alto teor de álcool, a uva Tinta Barroca evoluiu como um estilo de marca registrada em algumas vinhas do Cabo Ocidental.

 

Mas em Portugal ela se destaca mesmo é como jogadora de equipe, juntando-se a outras uvas para fazer vinhos fortificados sensacionais.

 

 

 

Vinhos e Harmonizações

 

 

Os vinhos varietais da Tinta Barroca são rústicos e naturalmente encorpados, mas neles faltam tanto acidez quanto a tão desejada complexidade.

 

Ao degustar, percebem-se sabores sutis de ameixas, flores púrpuras e cerejas pretas mais ao fundo.

 

Inegavelmente, a harmonização é perfeita com filé grelhado, churrasco e carne vermelha no geral.

 

Enfim, a uva Tinta Barroca pode ser chamada de grande e você certamente tem muito a ganhar descobrindo-a e, então, aproveitar seu potencial, tanto sozinha quanto em equipe.